Sobre o livro: 2016 / “Olhamos para o mar amarelo e esperamos que a comida fosse trazida. O restaurante ficava em um terraço acima da praia. A cidade, construída pelos colonialistas russos, foi empilhada cada vez mais alto, fazendo o possível para fingir que não percebeu que estava à beira-mar. A praia, espremida entre o restaurante e o porto, revelou-se pequena, o resto da faixa costeira estava deserta e apenas pilhas de lixo a decoravam. A cidade se afastou das ondas amarelas, precipitando-se para as montanhas. Há muito tempo, os conquistadores russos expulsaram de lá os ancestrais dos atuais habitantes da cidade e os distribuíram aqui, no vale, em casas mobiliadas em ruas compridas e retas. Aterros desordenados, extensões incompatíveis que cobriam as fachadas regulares irreconhecíveis, relatavam o enfraquecimento do domínio russo e o deslizamento dos nativos para o ambiente familiar desequilibrado com paredes vazias, pátios entupidos, com desconfiança, hostilidade e, o mais importante - com medo de a extensão infinita do mar…»